quinta-feira, 28 de maio de 2009

Deuses Gregos

Quando Cronos tomou o lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com sua irmã Reia, procriou os primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posídon e Zeus), mas logo os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que um deles o destronasse. Mas Zeus, o filho mais novo, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar do destino e travou uma guerra contra seu progenitor, cujo vencedor ganharia o trono dos deuses. Ao final, com a força dos Cíclopes–a quem libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos e os outros Titãs na prisão do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos. Para a mitologia clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de deuses e deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não antiga - que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os olímpicos não eram os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma variedade de divindades rupestres, como o deus-cabra Pã, as ninfas— Náiades (que moravam nas nascentes), Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que habitavam o mar) —, deuses de rios, Sátiros e outras divindades que residiam em florestas, bosques e mares. Além dessas criaturas, existiam no imaginário grego seres como as Erínias (ou Fúrias) (que habitavam o submundo), cuja função era perseguir os culpados de homicídio, má conduta familiar, heresia ou perjúrio.

Para honrar o antigo panteão grego, compôs-se os famosos hinos homéricos (conjunto de 33 canções). Alguns estudiosos, como Gregory Nagy, consideram que os hinos homéricos são simples prelúdios, se comparado com a Teogonia, onde cada hino invoca um deus. No entanto, os deuses gregos, embora poderosos e dignos de homenagens como as presentes nestes hinos, eram essencialmente humanos (praticavam violência, possuíam ciúme, coléra, ódio e inveja, tinham grandezas e fraquezas humanas), embora fossem donos de corpos físicos ideais. De acordo com o estudioso Walter Burkert, a definição para essa característica do antropomorfismo grego é que "os deuses da Grécia são pessoas, e não abstrações, idéias ou conceitos". Independentemente de suas formas humanas, os deuses gregos tinham muitas habilidades fantásticas, sendo as mais importantes: ter a condição de ser imúne a doenças, feridas e ao tempo; ter a capacidade de se tornar invisível; viajar longas distâncias instantaneamente e falar através de seres humanos sem estes saberem. Os gregos consideravam a imortalidade — que era assegurada pela alimentação constante de ambrosia e pela ingestão de néctar — como a característica distintiva dos deuses.

Cada deus descende de uma genealogia própria, prossegue interesses próprios, tem uma certa área de especialização, e é regido por uma personalidade singular; no entanto, essas descrições surgem a partir de uma infinidade de locais arcaicos variantes, que não coincidem sempre com elas. Quando esses deuses eram aludidos na poesia, na oração ou em cultos, essas práticas eram realizadas mediante uma combinação de seus nomes e epitetos, que os identificavam por essas distinções do resto de suas próprias manifestações (e.x. Apolo Musageta era "Apolo, [como] chefe das Musas").

A maioria dos deuses foram associados a aspectos específicos de suas vidas: Afrodite, por exemplo, era deusa do amor e da beleza, Ares era deus da guerra, Hades o deus da morte, e Atena a deusa da sabedoria e da coragem. Certos deuses, como Apolo e Dionísio, apresentam personalidades complexas e mais de uma função, enquanto outros, como Héstia e Hélios, revelam pequenas personificações. Os templos gregos mais impressionantes tendiam a estar dedicados a um número limitado de deuses, que foram o centro de grandes cultos panhelênicos. De maneira interessante, muitas regiões dedicavam seus cultos a deuses menos conhecidos e muitas cidades também honravam os deuses mais conhecidos com ritos locais característicos e lhes associavam mitos desconhecidos em outros lugares.[60] Durante a era heróica — que veremos na próxima sub-seção — o culto dos heróis (ou semi-deuses) complementou a dos deuses e ambas as criaturas se fundiram no imaginário da Grécia.

História

Um dos fatores de evolução da mitologia grega foi a grande transformação que ela experimentou através dos tempos, e tal transformação serviu para enriquecer sua própria cultura. Os primeiros habitantes da Península Balcânica, em grande parte agricultores, atribuíam a cada aspecto da natureza um espírito. Finalmente, estes espíritos vagos assumiram a forma humana e entraram na mitologia local como deuses e deusas. Quando as tribos do norte invadiram a Península Balcânica, trouxeram consigo um novo panteão de deuses e crenças, voltadas à conquista, à força e à valentia, à batalha e ao heroísmo violento. Outras divindades mais antigas que povoavam a mente dos habitantes agrícolas se fundiram com aquelas dos invasores mais poderosos, ou então desvaneceram-se na insignificância.

Após a metade do período arcaico, que possuía mitos sobre as relações entre homens e deuses masculinos, os heróis tornaram-se cada vez mais aclamados, indicando o desenvolvimento paralelo da pederastia pedagógica, que pensa-se ter sido introduzido por volta de 630 a.C. Nos finais do século V a.C, os poetas haviam atribuído pelo menos um eromenos à todos os deuses importantes, exceto Ares e outras figuras lendárias. Outros mitos anteriormente existentes, como o de Aquiles e o de Pátroclo, foram reinterpretadas como mitologia homossexual.

O sentido da poesia épica foi criar ciclos históricos, e resultar num desenvolvimento de um senso da cronologia mitológica; assim, a mitologia grega desdobra-se como uma etapa no desenvolvimento do mundo e do homem. As auto-contradições nas histórias fazem com que seja impossível montar um cronograma absoluto a respeito da Mitologia grega, mas podemos elaborar uma cronologia concordável. A história mitológica do mundo pode ser dividida em 3 ou 4 grandes períodos:

1. Mito da origem ou da era dos deuses: é a teogonia, o nascimento dos deuses, os mitos sobre a origem do planeta, dos deuses e da raça humana.
2. Era em que os homens e os deuses se mesclam livremente: histórias das primeiras interações entre deuses, semi-deuses e mortais juntos.
3. Era dos heróis (era heróica), onde a atividade divina ficou mais limitada. As últimas e maiores lendas heróicas são da Guerra de Tróia e suas consequências (consideradas por alguns investigadores como um quarto período separado).

Embora a Era dos deuses tem sido freqüentemente alvo de interesse pelos alunos contemporâneos da mitologia grega, os autores arcaicos e clássicos possuíam uma clara preferência pela Era dos heróis. As heróicas Ilíada e Odisséia, por exemplo, estavam e ainda se encontram atualmente sobre maior destaque que a Teogonia e que os hinos homéricos – e prevaleceram em popularidade e continuidade. Sob a influência de Homero, o culto heróico conduziu uma reestruturação na vida espiritual, expresso na separação entre o reino dos deuses do reino dos mortos (heróis), e dos deuses olímpicos dos ctónicos. No O Trabalho e Os Dias, Hesíodo monta um esquema de quatro Era dos homens (ou Raças): de Ouro, de Prata, de Bronze e de Ferro. Estas raças ou eras são criações separadas dos mitos dos deuses, correspondendo à Era Dourada ao reino de Cronos e sendo as seguintes raças criações de Zeus. Hesíodo intercalou a Era (ou Raça) dos heróis pouco depois da Idade do Bronze. A ultima idade foi a Idade do Ferro. Em Metamorfoses, Ovídio segue o conceito de Hesíodo e apresenta essas quatro idades.

História

Um dos fatores de evolução da mitologia grega foi a grande transformação que ela experimentou através dos tempos, e tal transformação serviu para enriquecer sua própria cultura. Os primeiros habitantes da Península Balcânica, em grande parte agricultores, atribuíam a cada aspecto da natureza um espírito. Finalmente, estes espíritos vagos assumiram a forma humana e entraram na mitologia local como deuses e deusas. Quando as tribos do norte invadiram a Península Balcânica, trouxeram consigo um novo panteão de deuses e crenças, voltadas à conquista, à força e à valentia, à batalha e ao heroísmo violento. Outras divindades mais antigas que povoavam a mente dos habitantes agrícolas se fundiram com aquelas dos invasores mais poderosos, ou então desvaneceram-se na insignificância.

Após a metade do período arcaico, que possuía mitos sobre as relações entre homens e deuses masculinos, os heróis tornaram-se cada vez mais aclamados, indicando o desenvolvimento paralelo da pederastia pedagógica, que pensa-se ter sido introduzido por volta de 630 a.C. Nos finais do século V a.C, os poetas haviam atribuído pelo menos um eromenos à todos os deuses importantes, exceto Ares e outras figuras lendárias. Outros mitos anteriormente existentes, como o de Aquiles e o de Pátroclo, foram reinterpretadas como mitologia homossexual.

O sentido da poesia épica foi criar ciclos históricos, e resultar num desenvolvimento de um senso da cronologia mitológica; assim, a mitologia grega desdobra-se como uma etapa no desenvolvimento do mundo e do homem. As auto-contradições nas histórias fazem com que seja impossível montar um cronograma absoluto a respeito da Mitologia grega, mas podemos elaborar uma cronologia concordável. A história mitológica do mundo pode ser dividida em 3 ou 4 grandes períodos:

1. Mito da origem ou da era dos deuses: é a teogonia, o nascimento dos deuses, os mitos sobre a origem do planeta, dos deuses e da raça humana.
2. Era em que os homens e os deuses se mesclam livremente: histórias das primeiras interações entre deuses, semi-deuses e mortais juntos.
3. Era dos heróis (era heróica), onde a atividade divina ficou mais limitada. As últimas e maiores lendas heróicas são da Guerra de Tróia e suas consequências (consideradas por alguns investigadores como um quarto período separado).

Embora a Era dos deuses tem sido freqüentemente alvo de interesse pelos alunos contemporâneos da mitologia grega, os autores arcaicos e clássicos possuíam uma clara preferência pela Era dos heróis. As heróicas Ilíada e Odisséia, por exemplo, estavam e ainda se encontram atualmente sobre maior destaque que a Teogonia e que os hinos homéricos – e prevaleceram em popularidade e continuidade. Sob a influência de Homero, o culto heróico conduziu uma reestruturação na vida espiritual, expresso na separação entre o reino dos deuses do reino dos mortos (heróis), e dos deuses olímpicos dos ctónicos. No O Trabalho e Os Dias, Hesíodo monta um esquema de quatro Era dos homens (ou Raças): de Ouro, de Prata, de Bronze e de Ferro. Estas raças ou eras são criações separadas dos mitos dos deuses, correspondendo à Era Dourada ao reino de Cronos e sendo as seguintes raças criações de Zeus. Hesíodo intercalou a Era (ou Raça) dos heróis pouco depois da Idade do Bronze. A ultima idade foi a Idade do Ferro. Em Metamorfoses, Ovídio segue o conceito de Hesíodo e apresenta essas quatro idades.

Termo e Compreensão

Num contexto acadêmico, a palavra "mito" significa basicamente qualquer narrativa sacra e tradicional, seja verdadeira ou falsa. O sufixo "-logia", derivado do radical grego "logo", representa um campo de estudo sobre um assunto em particular. Com a junção de ambos os termos, "mitologia grega" seria, basicamente, o estudo dos mitos gregos, ou seja, os que fazem parte da cultura da Grécia.

Embora seja essa a convenção, os mitos gregos possuem uma abrangência muito grande e complexa em seu significado. Costumam ser compreendidas como narrativas falsas ou fantasiosas, mas também arquétipos presentes no inconsciente coletivo, como prefere Jung, embora também sejam vistos como histórias que servem como guia de comportamento, para Malinowski, ou, finalmente, narrativas sagradas, onde existe o culto dos seres; todavia existe também a interpretação, segundo Lévi-Strauss, de ser narrativas voltadas à linguagem, à expressão, ou mesmo à conceitos e categorias.

Para mais informações, dirija-se até as sub-seções: Concepções greco-romanas e Interpretações modernas. É importante ressaltar que, nesse artigo, as palavras "mitologia" e "mito" são usadas para as narrativas tradicionais e sagradas das culturas clássicas, sem qualquer implicação de que esta ou aquela seja verdadeira ou falsa.

Mitologia Grega

Mitologia grega é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os países ou povos — consideradas, com o advindo do Cristianismo, como meras ficções alegóricas. Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas. O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.

Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega. Inicialmente divulgados em tradição oral-poética, hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega. Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisséia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Tróia, destacando a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos produzidos por Hesíodo. Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de poetas do Império Romano, como Plutarco e Pausanias. A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules. Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias.

A mitologia grega tem atribuído uma significante influência na cultura, nas artes e na literatura da civilização ocidental e ainda continua a fazer parte da herança e da linguagem do Ocidente. Poetas e artistas — como também intelectuais, estudiosos e outros envolvidos com humanas — das épocas mais remotas até as mais presentes têm se adquirido das inspirações que a mitologia da Grécia antiga possuíam como método de descoberta das inúmeras relevâncias e significados que os temas mitológicos clássicos possuem com o seu contemporâneo.